quarta-feira, agosto 02, 2006

...

Eu estive sozinho, e costumava sonhar
com algo ou alguém
que preenchesse esses espaços.
Espaços vazios, que sobravam
do meu tempo que eu consumia comigo mesmo.
Achei, achei o que procurava,
encontrei mais do que queria,
tenho o que preciso.
Andei um tempo sem
saber para onde e
olhava em volta tentando
achar um marco em meu caminho,
um norte na minha vida.
Achei, pois eu procurava você,
Encontrei pois eu queria você,
Tenho tudo o que preciso em você.
Sei agora que meus olhos
só procuravam você, norte do meu caminho.
Sei para onde ando:
para seus braços,
meu porto seguro,
marco no meu tempo.

01/08/2006

quinta-feira, maio 25, 2006

Reparação

Meu vício, toma conta
do meu sangue,
émeu oxigênio.
Viaja pelas minhas veias,
dos pés à cabeça,
me entorpece com seu gosto.
Viajo te tragando como uma droga,
tomo do mel da tua boca,
sugo a essência do seu ser.
Enlouqueço com seu cheiro,
adormeço com teu calor,
deliro com teu sexo.
Fiz do teu corpo a
fonte de água cristalina
onde sacio minha sede.
É em teu mar
que navego pelos meus dias.
Em teus braços, como praia,
quero morrer,
depois de, contigo
todo o possível viver.

25/05/2006

quinta-feira, abril 27, 2006

Ausencia

A certeza de que algo vai acontecer
E a incerteza do momento exato,
Somado à vontade imensa desse contato
Nos tira o sono.
Faz remexer, faz tremer,
Às vezes parece enlouquecer,
Enquanto noutras vezes nos faz
Antegozar o prazer.
Lembrar o rosto, com os traços,
Os olhares (os significados?),
O toque de suas mãos macias,
Que, sim, ainda me lembro,
Tudo isso me excita.
Quanto tempo terei que esperar?
Vai acontecer, ou vai passar
E se esquecer?
Espero poder de novo ver,
E também tocar, quem sabe beijar,
E em seus lábios me deleitar.


27/04/2006

segunda-feira, abril 17, 2006

Mentiras

De quem tento esconder?
Por quem nao quero entender?
Quais as verdades?
Penso que estou me perdendo
nessa mistura de sentimentos,
sensações e instintos.
Às vezes acho que me perdi,
que não sou mais eu;
vou e volto e a cada volta
me perco mais um pouco.
Sensações... instintos...
Que mar é esse?
Ondas que quebram nessa praia,
que vagam nesse oceano de lutas,
às vezes para amar, outras para ser amado.
Quais as minhas verdades?
Meus passos não são mais guiados,
é apenas um pé após o outro.
E continuo não sabendo
coisas que não ouso
nem a mim mesmo dizer.

14/04/2006

Desculpe-me

Sinto muito pelas minhas falhas,
sinto muito pelos meus defeitos,
sinto pelo que não te agrada.
sinto pelo que te atrapalha.
Sinto muito por não poder te dar tudo,
sinto muito por não ter tudo,
ou por não poder fazer tudo.
Sinto muito pelo que deixei passar
pelo que não pude mudar,
pelo que não consegui falar.
Perdoe se puder, mas lembre-se
quando me analisar,
te amo de uma forma
louca, completa e insensata.
Mas não sei te dividir,
não sei te esperar,
não sei mais te deixar.
Te Amo.

07/04/2006

terça-feira, fevereiro 21, 2006

...

As coisas não têm mais meio
fim ou ao menos começo.
Tudo se mistura num frenético
enrolar de corpos, lábios e abraços.
Vais se perpetuando nas trocas
de olhar, carinhos, afagos,
palavras doces, toques sensuais,
ardente, quentes e poderosos.
Não estamos presos por algemas
e nossas celas não têm grades.
Permanecemos presos por nossa própria vontade.
É dar, receber, e amar...
e nos enroscamos um no outro,
como se nossos corpos não tivessem
mais fim, meio, começo.
Deixamos nos levar
agora pagarmos o preço por amar.
E precisamos cada vez mais,
do gosto, do cheiro, do beijo e do outro.

20/02/2006

Você é meu Alimento

Percebo o que acontece,
sim, sem máscaras,
e sem medos me entrego,
pois é consensual, é mútuo:
sugamos da essência um alimentando o outro,
suprindos as lacunas, preenchendo os espaços,
para que não procurem mais nosso braços outros abraços,
e nossas bocas outros beijos.
Entendemos numa troca de olhar
ou num breve tocar,
que já não nos pertencemos nete eterno doar,
e ousamos nos alimentar com o nosso beijar,
nosso tocar, só nosso jeito de amar.
Sempre a nos alimentar.

17/02/2006

...

Durmo à noite e sonho
durante o dia, esperando o fim
onde começa tudo de novo.
Espero cada hora
apenas para passar alguns minutos
aproveitando os segundos
como meu único sustento.
Nesses momentos, raros,
tudo tem sentido, ganha razão,
com a chance de dar vazão
a tão bom sentimento.
Estar com você é como um novo nascer.
Beijar você é sempre um novo prazer.
como se tudo a fazer
fosse apenas me esquecer
em seus braços, e em seu corpo
adormecer.

15/02/2006

sexta-feira, outubro 21, 2005

Na Tua Falta

Agora há o céu sem estrelas
apenas nuvens pesadas e espessas;
o sol já se escondeu,
e a lua não apareceu.
Há agora todo um novo estado,
e nada tem as mesmas cores
e o ontem me parece distante.
Há também aquele velho sentimento,
a antiga solidão, vazio abismal
de quando tu não estás aqui.
Onde estás tu meu anjo?
Já passei pelas trevas do dia,
e a noite chegou e tu não vieste.
Hoje não és meu gardião,
ou vai surgir de alguma sombra,
com teu alvo sorriso e
doces carinhos, beijos e abraços?
A noite só é noite quando tu estás,
só há sentido quando te vejo e
inocente ou inconsequentemente,
alço vôo nas tuas asas.
Já me entreguei a ti,
pus-me a teus pés e serviço,
e só peço que carregues-me contigo
nas tuas asas pelos teus vôos.
Tento desesperadamente encontrar-te
nas minhas andanças,
viagens e devaneios.
Encontro-te sempre em minha
mente, coração e corpo,
como o mesmo sorriso
e o brilho nos olhos que iluminam minhas noites.
Anjo,
espero tuas doces palavras,
teus doces e alegres sorrisos,
com teus beijos doces e ternos,
por todo o tempo, o tempo todo,
minha criança protetora e
acima de tudo,
anjo amante.

18/10/2005

Procura

Te procuro em cada rosto,
te procuro em cada olhar,
te procuro em cada palavra,
nos gestos e em cada música.
Te procuro no céu,
te procuro no sol,
te procuro na luz e na escuridão,
te vejo nas estrelas e na lua.
Te procuro em cada flor,
te procuro nos espinhos,
te procuro nos cheiros e perfumes,
te procuro no que é belo.
Te procuro durante os dias,
te procuro nas noites,
te procuro em cada espaço de tempo,
te procuro segundo a segundo.
Te procuro por perto,
te procuro ao longe,
te procuro no que vejo,
te procuro no que não percebo.
Sempre te procuro...
Desesperadamente te procuro,
ao meu lado,
no meu espço.
Te encontro incontestavelmente,
com forte e marcante presença,
dentro de mim.

17/10/2005

terça-feira, outubro 11, 2005

Falta

Sinto tanto a falta
que não consigo não pensar.
Penso tanto na falta
que não consigo desligar.
Ligo-me tanto na falta
que não consigo mais escrever.
Escrevo tanto sobre a falta
que não consigo dizer mais nada.
Digo tanto sobre a falta
que já não sei mais nada.
Sei apenas da sua falta.

10/10/2005

Cansaço

Estou cansado de estar aqui,
rodeado por coisas que não conheço,
por pessoas ao mesmo tempo
tão conhecidas e tão estranhas,
capazes de tanta tristeza e
muitas falsas alegrias.
Estou cansado de procurar,
de andar por caminhos
que vão de magníficas paisagens
a montes pedregosos.
Cansado de não saber o que fazer,
de apenas deixar o tempo correr,
ou passar e escoar por entre meus dedos.
Cansado de não ter um fim maior,
e me deparar com a pequenez
desse nosso mundo às vezes tão sórdido.
Cansado de saber que esse mundo
não pode me oferecer nada mais,
nada além do que já tenho.
Cansado de viver dessa forma,
onde não pode ser à minha maneira.
Cansado de esconder o que é
ou está sendo importante,
não mostrar quem ou o quê é relevante.
Mas mesmo assim driblo a fadiga
e me levanto todos os dias,
pois é esse cansaço que me lembra
que continuo a viver.

08/10/2005

quinta-feira, setembro 29, 2005

Escrever

Sozinho, eu escrevo.
Escrevo pedaços de mim e de você,
pedaços de nós.
Sem você me lembro dos momentos,
dos risos, das vozes, brilho no olhar.
Lembro dos seus beijos, seu cheiro,
sua língua em mim, seu corpo,
meu corpo em você...
No escuro, sonho com isso tudo,
como se fosse um filme,
numa tela de cinema.
Em segredo, ouço seus sussurros
gemidos de amor misturados
com o ardor do desejo.
Fecho as paredes do meu mundo
para usufruir da sua intimidade,
preço para viver em não conformidade.
Tudo o mais ficou de fora
quando eu te trouxe para
dentro da minha vida,
vida minha.

27/09/2005

Ausencia

Não consigo me acostumar
com sua ausência a me atormentar.
Não posso encarar isso como uma doença,
mas sim como um vício.
Tomou conta dos meus órgãos
e controla meus sentidos
exigindo doses diárias de você.
Sinto seu calor quando
fecho os olhos e me lembro
dos seus lábios a me procurar.
Você me impregnou com sua presença.
Habituou-me à sua pele
com toques mistos de carinhos
e desejos secretos.
Agora apenas o quarto,
frio, solitário, e vazio de você.
Enquanto isso,
meu corpo pede e vibra
por todo o seu amor.
Por isso não consigo me acostumar
com sua ausência.
Tornou-se meu porto seguro,
para onde volto todo fim de dia,
depois de navegar por águas revoltas.
Anjo das minhas noites,
não me faça mais perder
preciosos momentos e minutos
a me lembrar
de você a me chamar,
e beijar, e tocar, e amar...
Vem e me prova,
toma do que é seu
e me encha com sua presença,
pois não quero me acostumar
com sua ausência a me atormentar.

26/09/2005

terça-feira, setembro 20, 2005

Meu Anjo e Demônio

Quem ou o quê é você:
Anjo ou demônio?
Anjo quando está perto,
que me mostra o céu,
abre-me as portas do paraíso e
faz-me voar e flutuar nas tuas asas.
Demônio quando está longe,
que me tira o chão,
deixa-me numa combustão interna e
põe-me num inferno tempestuoso.
Anjo quando me deixa provar
da seiva, mel da tua boca,
da maciez da tua pele e
do perfume do teu corpo.
Demônio quando me priva do teu hálito,
quando me queima com o fogo do teu corpo,
suga da minha essência e
foge para longe dos meus braços.
Onde está você meu anjo,
com a pureza dos teus beijos?
Onde está você meu demônio,
com teu olhar hipnotizador?
Vem meu anjo,
sacia minha sede de você,
dá-me mais um pouco dessa poção de amor.
Vem meu demônio,
invada meu mundo com tuas diversas faces,
e me prenda nesse mundo louco que é
teu corpo e teu sexo.
Rendo-me a ti,
anjo das minhas noites e
demônio dos meus dias.

19/09/2005

segunda-feira, setembro 19, 2005

Choro

Choro por mim.
Choro por minhas escolhas
choro por meus erros e acerts.
Choro por minhas derrotas e
choro também por minhas vitórias.
Choro pelas coisas que tive,
choro pelas coisas que abri mão de ter,
e choro também pelas coisas que ainda tenho.
Choro pelos meus frutos e
choro pelos frutos que escolhi não ter.
Choro pelos amigos que se foram
choro pelos amigos que ficaram.
Choro pelas oportunidades que passaram e
choro pelas chances que não aproveitei.
Choro por mim
choro pela minha vida
choro pelos meus segredos.
Choro enquanto sorrio pela minha felicidade.

16/09/2005

sexta-feira, setembro 16, 2005

Mais um pouco

Basta um poouco disto e
já me esqueço tudo de mim.
Mais um pouco daquilo e
não sou mais eu.
Nada obedece, minhas mãos,
minhas pernas e minha cabeça...
Tudo gira, tudo corre e voa.
Não, não basta,
quero mais.
Quero mais dessa sensação que
me liberta, enquanto escraviza,
que me leva a um novo mundo
cada vez que experimento.
E basta mais um pouco
só mais uma dose
do precioso elixir
que trás vida, luz,
e junto vem prazer,
fazendo juz a toda ansiosa espera.
Basta mais um pouco...
Fico esperando a noite,
e driblando os dias,
e sonhando.
Basta mais um pouco
e sei que serei feliz.
De um modo ou de outro,
mas só há um modo.
Ser eu mesmo?
Não, não basta isso.
Tem que ter mais um pouco.

15/09/2005

quarta-feira, setembro 14, 2005

...

Ainda me surpreendo
e às vezes me espanto
com toda essa velocidade.
Tudo vem como uma tempestade.
Num momento, tudo é claro,
limpo e previsível,
noutro é tudo cinza,
e noutro ainda, tudo se alaga.
Ritmo louco, frenético,
assim acontece.
Se num momento tenho
meu caminho claro,
não percebo mudanças,
e então, de repente, cá estou,
alagado e embriagado,
com todo esse prazer,
novo, inesperado, inusitado,
que me faz tão
dependente de você.

13/09/2005

Solidão

Sei que não posso ficar nem por um minuto sozinho
que essa tristeza recorrente me
invade e me consome.
Me vejo em ângulos diferentes
fazendo coisas que não quero
fazer nem pensar e não consigo
mais me olhar.
Passo por essas situações vivendo
ilusões que me vêm de momentos
e momentos se vão rápidos
como todas essas luzes que brilham
sobre mim nos meus sonhos.
Então não sou mais eu no comando
e minhas ações não são mais
fruto das minhas vontades ou
como deveriam ser.
Minhas palavras não parecem mais
saídas da minha boca
espelho de meus pensamentos.
Descubro que não gosto mais
das mesmas coisas mesmas pessoas
e nem as bocas que beijo
são iguais ou ainda que parecidas
tem gostos individuais.
Percebo meu corpo se consumir
enquanto consome o que não pode ser meu.
E a única coisa que minhas mãos
procuram é uma escada
para sair desse buraco escuro
que é essa solidão que me tortura.
Preciso por vírgulas e pontos
nisso tudo.


13/09/2005

quinta-feira, setembro 08, 2005

Novo Começo

Todo ano faço promessas sobre o que vou fazer por mim mesmo e pelos que me acompanham no meu caminho. E muitas das promessas eu esqueço ou perco pela estrada, andando por atalhos, por trilhas...
Desta vez, vou fazer diferente.
Meu ano começa hoje.
E a partir de hoje nao tenho mais promessas entusiásticas para cumprir, ou metas arrojadas, ou objetivos nobres.
Quero apenas seguir meu caminho, sendo sempre eu mesmo, sem medo de errar ou cair, sem medo de explorar esse mundo, sem medo do desconhecido ou do tempo que não pára, sem pressa de chegar a lugar algum, sem deixar de olhar para o lado e mostrar para quem quiser ver que:
"a vida depende mais das perguntas que fazemos do que das respostas que recebemos".
Quero travar todo e cada dia uma única batalha, que é a batalha por ser uma pessoa melhor do que fui ontem, sem esperar por recompensas, por medalhas ou glórias,
porque sei que as pessoas que estão comigo, não esperam, de mim, nada além disso.

08/09/2005

Mudanças

Mais uma mudança e vem um novo sol,
um novo astro e um novo brilho.
As coisas tomam seu rumo.
Certo? errado? não sei...
é um novo rumo.
Agora tudo parece brilhante,
atraindo-me como a luz atrai insetos,
iluminando cada novo momento.
Essas mudanças, essas luzes, com outras nuances.
Novas cores, novos ares, com novos sabores.
Sem palavras ou promessas,
apenas cumplicidade, simplicidade
e a cada toque, felicidade.
E um novo dia vem,
novos momentos, esperas, e ansiedade.
Quando o dia vai,
vai também a ansiedade e a longa espera,
ficam momentos,
celebrados com sinceridade e toques de felicidade
com um novo brilho de um novo sol.
Nessa mudança constante,
um novo universo para se descobrir,
com possibilidades variadas
num novo rumo, novo caminho,
com um novo astro
que brilha no fim e início
de cada dia.

07/09/2005

sexta-feira, setembro 02, 2005

Onde o amor morre...

Descobri que o amor não morre, apenas se esquece.
Um amor que é mais por si, não se dá.
Esquece-se do amor, almejando o altruísmo,
mas no seu egoísmo, faz não pelo prazer de fazer,
mas pensando no receber.
E me pergunto: que amor é ese?
Um amor que não perdoa?
Nada quer se não for como quer?
Ou não perdoa porque é amor?
Descobri que o amor não morre, apenas adormece.
Dói pela ausência, pela não presença,
machuca-se pelo silêncio, e quer ferir pela abstinência.
Os verdadeiros motivos se perdem,
os reais sentidos se esvaem.
Não se sabe mais falar. E amar?
Que amor é esse que não cai no espaço?
Não esquece os fatos ou abre os braços?
Troca o dar, deixa o tocar,
leva-se pelo falar, esquece-se de mostrar,
não brilha mais no olhar.
Descobri que não morre o amor, mas não basta amar.
é preciso dar muito mais que cobrar,
é necessário rir sempre para nunca chorar,
sempre respeitar para nunca se indignar,
já que amar é nunca esperar,
pois cada um tem seu tempo e jeito de amar.

09/09/2003

quinta-feira, setembro 01, 2005

Vento

O vento me traz o que deixe passar...
Coisas vieram a mim, pessoas vieram, sonhos foram, luzes se apagaram,
mas era apenas o vento,
soprando e levando e trazendo.
E o vento me trouxe o perfume
e o perfume está em mim,
mesmo já tendo passado o vento.
E me trouxe algo novo,
esperanças que me acompanham,
que me levantam
mesmo agora que o vento se foi.
E o vento trouxe também mudanças,
conscientes e impostas.
Mas o vento que traz também leva...
E vem o gosto de tantas coisas
com um novo vento que passa;
uns gostos ficam, outros passam.
Este vento passa,
mas fica a certeza
de que um novo vento venha,
e a esperança de que ele também me leve.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Porques

Porque dói tanto? Porque sou assim? Porque estou tão triste? Porque não sei ficar sozinho? Porque minha vida está tão vazia? Porque me sinto tão perdido? porque não aconteceu de maneira diferente? Porque preciso estar tão carente? Porque não foi mais devagar? Porque tudo mudou? Porque as coisas têm começo e fim? Porque não consigo mais sorrir? Porque não posso voltar no tempo? Porque não fiz as escolhas certas? Porque não posso gritar? Porque não pude amar? Porque tenho que chorar? Porque teve que me olhar? Porque não posso te abraçar? Porque não posso falar? Porque não posso escrever sem regras gramaticais? Porque tantos porques? Porque o mundo é injusto? Porque você partiu? Porque você não me viu.

25/08/2005

segunda-feira, agosto 22, 2005

Cometa

Definitivo,
impossível não sofrer.
Ainda penso porque foi muito intenso,
e sem nenhuma lógica.
Talvez não pudesse mesmo ser mais do que foi.
Foi rápido, muito bom, mas acabou.
Mais umcometa.
Agora use seu poder,
transforme-se num astro brilhante,
ainda que em outros horizontes,
de forma que eu possa te ver,
bem alto no infinito,
e saiba que por poucos instantes
de algumas horas
você brilhou pra mim.
Brilhe, com toda a sua força.

sexta-feira, agosto 19, 2005

Portas Fechadas

Algumas pessoas nós não esquecemos
pelas felicidades que nos trouxeram.
Outras pessoas nós abandonamos
pelas tritezas que nos causaram.
Difícil viver com esse impasse
quando a mesma pessoa nos trouxe os dois.
Temos que pensar que abandonar nem sempre é esquecer,
é apenas uma opção pelo que realmente é bom em nossa vida.
Muitas vezes, para se abrir uma nova porta,
tem-se que fechar outra.
E talvez fechar uma porta na vida
seja tão ou mais importante
que abrir outra.
Hoje, fechei mais uma.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Telefone

Queria que meu telefone tocasse...
insistente como meus pensamentos,
estridente como meus desejos,
louco como meus sonhos,
forte como minhas lembranças
e tão alto com sua voz dentro de mim.
Mas queria que meu telefone tocasse...
pela simples necessidade de acordar desse sonho
que começou tão bom
e hoje é um imenso pesadelo.
Penso que está tocando.
Não.
É apenas meu insistente desejo,
meus estridentes pensamentos,
meus fortes sonhos e loucas lembranças,
e toca tão alto como sua voz
que ainda ecoa dentro de mim.

Declaração

Passo pelos momentos diários sonhando com algo que não virá. Uso todos os meus minutos construindo sonhos talvez impossíveis. Esta é a minha maneira de existir sem medos.
Levo minha vida tentando fugir da hipocrisia do que já estava escrito.
Tento não ser mais ou menos do que eu mesmo.
Erros? quem não os comete? Defeitos todos temos, e com eles convivemos, e por eles choramos. Segredos? são o combustível da nossa personalidade.
Arrependimentos vários nos invadem no balanço de nossas contas. Às vezes podíamos ter feito mais e muitas vezes devíamos ter esperado menos ou nada.
Quando me volto para meu mundo vejo que as cores com as quais o pintei, talvez não sejam as mais bonitas, mas eu o pintei com as tintas que me deram, e algumas vezes sem usar pincéis.
Aos poucos percebo onde pode ser diferente e quais frases minhas podem (ou devem) ser melhoradas.
Pensamentos voam como gaivotas às vezes, sobre mares azuis, outras ezes como corvos sinalizando maus momentos.
E os sonhos continuam.
Quem sou?
Quem vê com o solhos da alma consegue ver o que é verdadeiro, pois muitas vezes usamos nossas máscaras sujas, rotas e ultrapassadas para nos defender das mazelas da convivência com esses a quem chamamos de seres humanos.
Então chega o momento de fechar os olhos novamente. E quando os abro novamente, vejo as mesmas cores de todos os dias.
E os baldes de tinta estão em outras mãos.
Hojo tomo as rédeas da minha existência, declarando aos quatro ventos que apesar de meus erros, defeitos, sonhos não realizados, pensamentos errantes, frases imperfeitas, e apesar de toda a hipocrisia que me rodeia, cosigo enxergar felicidade nas cores que usei para colorir meu mundo.
No fundo, bem lá no fundo.

quarta-feira, agosto 17, 2005

...

Apenas um garoto
Apesar de tudo e todos.
Sem rumos, direções ou portos.
Copio, plagio.
Mas invento, crio.
Copio o belo
Para que não seja esquecido;
Plagio o desconhecido
Para o prazer de outros.
Invento meu modo de ser
Sem medo de reescrever.
Crio minha individualidade
Conforme minha personalidade.
Baseio-me unicamente em meus sentimentos
E nem sempre puros pensamentos.
Assim posso me ver
Com várias definições
Mas sem muitas explicações.

Paradas

Sem palavras para o significado.
Tudo veio e foi
Mas não chegou a acontecer.
Já acabou? Nem começou!
O que podia ser...
O que podia se tornar...
Sigo o conselho:
Pego as boas coisas
Os pedaços inteiros
Mesmo sem ter onde cola-los,
E parto rumo a outra parada.
Sei que quando se está pronto,
Tudo acontece,
Tudo vem na hora certa,
Tudo tem sua hora certa.
Mas, como tudo vem,
Tudo tem que ser.
Abro mão de coisas interessantes
E espero pessoas importantes.
Tudo que preciso é
Calma, paciência, paz.
Tudo que preciso e quero
É juntar meus sentimentosE andar para a próxima parada
.

Lágrimas

Assim como mesmo as mais belas rosas têm seus espinhos,
As mais belas espécies estão em extinção,
Os mais belos lugares são os de mais difícil acesso,
As mais belas pinturas são as mais caras
E as mais belas pedras são as mais raras,
Também as mais belas poesias são recheadas de dor e desespero,
Os mais belos contos têm suas tragédias.
É fácil deduzir que as mais belas paixões
Trazem também suas lagrimas,
Que podem se tornar as mais belas se bem derramadas.
É mais fácil ainda esperar que no final
Tudo seja como se quis,Pois toda boa história tem final feliz!

terça-feira, agosto 16, 2005

Paixão

Se alguém soubessede onde vem
onde começa
ou como vem e começa
ou ainda onde nos leva
ou até onde nos leva.
Se alguém nesse mundinho
ou nos outros mundos
pudesse avisar
ajudar ou parar.
Se alguém entendesse
se tivess razão
lógica ou explicação
ou apenas um pouc de senso.
Todos sabem que nada se sabe,
mas é assim:
chega não se sabe de onde,
pra onde nos leva se sabe menos ainda,
ninguém pode avisar,
ninguém pode parar,
porque ninguém entende.
É um sentimento sem lógica,
razão, senso ou explicação.
Sua força pode transformar,
pode colorir tudo de azul
ou de cinza,
pode mover obstáculos,
pode também causar espetáculos,
provar tudo:
do doce ao amargo,
pois esses são os gostos
de uma boa, grande e verdadeira paixão,
que sempre vem acompanhada
de doces amavios
e amargas decepções.
E ainda assim continuamos nos apaixonando.
Afinal, que sentido tudo isso teria,
sem uma grande e doce paixão
ou uma dolorosa e amarga decepção?

segunda-feira, agosto 15, 2005

Olhar Maroto

Teu olhar com gosto...
Tua boca cheia e o gosto...
Teu corpo... o mistério.
Teu sorriso, ah, teu sorriso...
Esse seu jeito inocente de ser madura
ou teu ar madura de ser inocente...
Seu olhar incandecente,
seu toque incendiante...
Sua pele, mesmo que não me toque,
causa arrepio e choque.
Seu hálito puro e fresco
me leva longe e
me deixo o cheiro
do novo e do inusitado.
Ainda que tudo seja arriscado.
Mas não reclamo nem me queixo
pois sei que não tem jeito
de não te amar assim
e defender meu pleito.

...

Já não dá mais para esconder,
o que nem eu quero ver,
mas você já deve também saber,
E nem preciso dizer.
Não consigo controlar,
o desejo a latejar;
é a vontade a controlar
e meus atos a mostrar.
Não posso mais omitir
o que vivo a sentir.
Mas é difícil admitir
que estou a me iludir.
São atos
são fatos
verdades ou não.
Perseguem durante o dia,
à noite a solidão.
Tristeza e felicidade,
é a dura realidade
de amar sem liberdade.

Sonho

Vi meu sonho no vale
além da montanha,
depois das nuvens.
Não tive medo.
Escalei, subi,
Aproveitei cada pedaço
do percurso.
Mas caí.
A montanha não me derrubou;
Tropecei nas pequenas
pedras do caminho.
Começo de novo.
Dessa vez
vou voando.

domingo, agosto 14, 2005

Sem Aviso

Foi sem avisos
sem prévias.
você apareceu,
me mostrou algo
diferente, como nunca provado antes.
Trouxe luz e coragem.
Conseguiu me levar do purgatório
ao mais alto do céu.
deu-me venturas,
deu-me alegrias
e no céu me deixou.
Pena eu não estar pronto.
Você partiu,
levou meu céu,
minha luz,
minha coragem e minha vontade.
Do céu desci ao inferno.
Como tudo que é bom e efêmero,
você agora é um cometa:
Passou pelo meu horizonte,
deixou seu rastro de brilho,
causou alguns danos é certo,
mas iluminou meu caminho por
alguns poucos instantes.
Agora brilha em outros horizontes.

14/08/2005

Dependência

Se você pedir, eu faço.
Peça para mudar,
para andar mais rápido, ou devagar,
ou para não andar.
Peça para não usar mais nada,
peça apenas e eu não uso.
Peça para falar mais grosso,
para ser mais contido,
para ser mais medido,
o que for, eu faço.
Peça para ser, para estar, ou ter,
para ouvir menos, falar menos,
tapar os ouvidos, segurar a língua,
faço tudo.
Peça para desistir de ir,
desistir do sonho do distante,
para para não beber,
Não fumar,
ou até comer.
Peça, peça, peça...
Deixe apenas eu ter um pouco de você
para proteger-me dos dias ruins.
Deixe ser você o meu complemento mais perfeito,
o meu adorno mais inteiro.
Deixe eu ter você para me embriagar,
para ser meu vício e me saciar.
Não precisaria de mais nada se tivesse você;
eu poderia viver o sonho em qualquer lugar,
se nele tivesse você, se eu tiver você
Só não peça para desistir
de sonhar com você, de querer você.
Só não me peça para desistir.

14/08/2005

Palavras

Promessas são apenas palavras
e as palavras podem ser ditas,
lidas, escritas ou entendidas.
Podem ser lindas quando prometidas
podem sem mais lindas se ouvidas,
mas podem ferir quando não ditas
ou simplesmente esquecidas.
Podem trazer muito,
de esperanças ou sonhos, até
desejos e lampejos daquele algo mais.
Mas também podem destruir,
podem desiludir, ou desesperar.
Com palavras podemos construir
poesisas transmitindo os mais belos (e puros) sonhos,
mas podemos condenar bons sentimentos
aos simples esquecimento.
Não me culpo por idolatrar,
mas me culpo por não pensar
que as mesmas palavras que usamos para encantar
podem apagar o que ainda iria chegar.

13/08/2005

Espera

O dia se resumiu a uma
angustiante espera.
As horas não passaram
os minutos se arrastaram
o sol quis prolongar sua estada
e a lua retardou a chegada de sua graça.
Os meus instantes
com meus rompantes
demonstravam meus pensamentos.
O brilho nos olhos refletiam
aquele brilho deixado
pelos momentos passados
com beijos adocicados.
Abraços à parte
os corpos quentes
mas esses momentos ardentes
foram apenas cometas brilhantes.
Enfim o dia findou,
o sol se foi e veia a lua
e tudo se modificou
com a provável presença tua.
E tudo e mim
se volta num único,
forte e latente desejo:
que não seja você
um cometa ou uma estrela cadente,
mas um astro brilhante
e sempre presente.

11/08/2005

Solidão

De que adianta toda essa beleza?
Olho o sol cada dia de manhã,
agradeço pelo dia,
espero pela noite,
admiro as estrelas,
conto seu brilho.
No final, sei que estou sozinho.
Quantos olham por mim?
Atravesso as semanas,
contando os dias,
sonhando com o que virá.
E no final estou sozinho de novo?
Sei que tudo é belo,
Tudo tem seu porquê,
Mas de que adianta tanta?
E novamente estou sozinho?
Amores passam, amizades vão,
luzes se apagam, outras brilham com mais vontade.
E apesar de tudo, o univeso todo muda.
Agora sei que quanto mais bela a flor,
mais espinhos terá.
Enquanto os espinhos não caem, continuo.
Conto os dias, sonho com as noites,
alço meu vôo pelo futuro,
coleciono cometas.
Mantenho meu brilho,
Ainda que meio fosco.

06/07/2005